Investigação aponta Cabral no esquema que levou Nuzman à prisão

Publicado em: 05/10/2017 às 15:22 | Atualizado em: 05/10/2017 às 15:22
O esquema de corrupção, no qual o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, está envolvido, segundo os investigadores, tem a participação do ex-governador Sérgio Cabral.
Agentes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal prenderam Carlos Nuzman, nesta quinta-feira (5), na Zona Sul do Rio.
Foi preso também Leonardo Gryner, ex-diretor de operações do comitê Rio 2016 e braço-direito de Nuzman (na foto, sendo conduzido por agentes federais).
Nuzman é suspeito de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016. Ele foi preso em casa, no Leblon, por volta das 6h.
Nuzman é presidente do COB há 22 anos.
O pedido de prisão temporária foi decretado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Nuzman deixou sua casa, no condomínio Jardim Pernambuco, uma das áreas mais nobres do Leblon, por volta das 8h30.
Ele foi conduzido por agentes para a sede da Polícia Federal, no Centro.
Segundo a defesa de Nuzman, a medida adotada foi dura.
“Vou me inteirar dos fatos agora .Eu não tenho a menor ideia. Vou saber agora o que se passa e quais são os fundamentos dessa medida. É uma medida dura e não é usual dentro do devido processo legal”, afirmou Nélio Machado.
Comitê
Em nota, o Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que está cooperando e pediu às autoridades brasileiras informações completas para dar seguimento às investigações internas da comissão de ética do COI.
O Comitê afirmou também que sua comissão de ética pode tomar medidas provisórias contra Nuzman.
Segundo o Ministério Público Federal, o pedido de prisão foi decretado porque houve uma tentativa de ocultação de bens no último mês, após a polícia ter cumprido um mandado de busca na casa de Nuzman no mês passado.
Entre os bens ocultados, há valores em espécie e 16 quilos de ouro que estariam em um cofre na Suíça.
A ação é um desdobramento da “Unfair Play”, uma menção a jogo sujo e que é mais uma etapa da Lava Jato no Rio.
Os presos serão indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Fonte: G1
Foto: Reprodução/Globoesporte