Presidente do Senado vai liberar todas CPI, inclusive das ongs

Medida evita judicialização da CPI do MEC, como quer time de Bolsonaro

Presidente do Senado vai liberar todas CPI, inclusive das ongs

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 29/06/2022 às 18:36 | Atualizado em: 29/06/2022 às 18:36

Em reunião nesta quarta-feira (29) com o líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o da minoria, Jean Paul (PT-RN), o presidente do Senado, Rodrigues Pacheco (PSD-MG), sinalizou que não vai se opor à instalação de nenhuma CPI que está aguardando para ser instalada na casa.

São três: a CPI do MEC, das obras inacabadas e das ongs na Amazônia.

Em entrevista à imprensa, após a reunião, os dois saíram convencidos de que não há prazos estabelecidos e mandamentos constitucionais que não serão cumpridos.

Por isso, descartaram a necessidade de qualquer provocação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na próxima terça-feira (5), o presidente do Senado vai apresentar ao colégio de líderes um despacho pelo qual fará a leitura em plenário dos requerimentos das CPI do MEC e das obras inacabadas.

Esta última proposta pelos governistas para evitar a investigação do esquema de corrupção no Ministério da Educação que levou à prisão o ex-ministro Milton Ribeiro.

A CPI da atuação das ongs na Amazônia, proposta pelo senador amazonense Plínio Valério (PSDB), já teve a leitura em plenário.

Leia mais

Presidente do Senado promete instalar CPI das ongs em 2022

Outra sinalização de Pacheco, que preocupa a oposição, é o uso do critério cronológico que pode anexar a CPI que pretende investigar corrupção no MEC a das Obras Inacabadas, primeira a ser apresentada e que guarda tema correlato.

“Nós particularmente entendemos que são objetos distintos e achamos um mal presságio de unir. Conhecemos a retórica e narrativa bolsonarista que pressupõe aquela máxima de contar uma mentira algumas vezes para que se torne verdade”, disse Randolfe.

No entanto, ele considerou que, se o despacho for nesse sentido, a oposição vai exigir que as investigações se estendam dos governos passados para o atual.

“Não há razão de ser que investigue todo o passado e não investigue a atualidade. Diante dessa circunstância pode haver um acordo. Mas caberá à Presidência fazer o despacho”, afirmou o líder da oposição.

De acordo com o líder da minoria, bastará indicação de seis nomes, maioria dos 11 titulares, para que um dos colegiados possam funcionar. Ele aposta na preferência dos líderes para indicarem membros à comissão mais importante do momento, que é a CPI do MEC.

Foto: Divulgação