Pesquisas a 100 dias das eleições acertaram seis de oito resultados
A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha foi divulgada a 100 dias das eleições, marcadas para 2 de outubro

Publicado em: 28/06/2022 Ã s 09:18 | Atualizado em: 28/06/2022 Ã s 09:18
A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha foi divulgada a 100 dias das eleições, marcadas para 2 de outubro. Levantamentos sobre as corridas presidenciais realizados desde 1989, quando ocorreu o primeiro pleito direto depois da redemocratização, mostram que o candidato que liderava as pesquisas a 100 dias da votação venceu a disputa na maioria das eleições.
Só houve mudança significativa no cenário entre junho e outubro nos anos de 1994 e 2018. Em junho de 2010, a sucessora de Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff (PT), estava tecnicamente empatada com José Serra (PSDB). Até meados do ano, o tucano ainda estava na dianteira.
O Instituto Datafolha foi selecionado para a análise, porque é o único que presta o serviço da mesma forma desde a volta da democracia ao paÃs, com constância e regularidade na divulgação de pesquisas eleitorais.
O levantamento do Metrópoles baseou-se nos acervos do instituto e em notÃcias veiculadas pela imprensa. Foram consideradas perguntas estimuladas com o principal cenário apresentado ao eleitor — com exceção do ano de 2018, em razão da indefinição do PT à quela altura. Para as apurações finais das eleições, foram consultados os dados oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Desde 1994, as eleições brasileiras ocorrem no mês de outubro. Portanto, foram observadas as pesquisas realizadas em junho de 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018.
A primeira eleição direta pós-redemocratização, que colocou Fernando Collor (então no PRN) na cadeira presidencial, ocorreu entre novembro (primeiro turno) e dezembro (segundo turno) de 1989.
Após começar o ano tecnicamente empatado com Lula (PT) e Leonel Brizola (PDT), Collor abriu vantagem no levantamento de junho. O futuro presidente tinha 42% das menções naquele mês, ante 11% de Brizola e 7% de Lula.
Na eleição seguinte, de 1994, Lula apresentava 41% das intenções de voto no mês de junho, segundo o Datafolha, ante 19% de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). FHC, porém, conseguiu virar o jogo e vencer ainda em primeiro turno, com 54,24% dos votos válidos, embalado pelo Plano Real e por forte campanha dos demais candidatos contra o petista.
Em 1998, FHC e Lula apareciam com pouca diferença numérica nas pesquisas, mas o tucano abriu vantagem expressiva a partir de julho (quando subiu de 33% para 40% das intenções de voto, enquanto Lula saiu de 30% para 28%) e venceu novamente em primeiro turno.
Nas eleições de 2002 e 2006, Lula liderava as pesquisas meses antes da população ir às urnas, mas só ficou com a vitória no segundo turno.
Em meados de 2010, Dilma havia subido e contabilizava 38% das intenções de voto, o que a colocava tecnicamente empatada com o tucano José Serra, com 39% (a margem de erro era de dois pontos percentuais, para mais ou para menos). A petista derrotou Serra em segundo turno, por 56,05% a 43,95%.
Em 2018, pesquisas aplicadas por diferentes institutos acertaram o resultado final, ao mostrarem a tendência de alta do então candidato Jair Bolsonaro, apesar de nem todas terem acertado sua vitória em segundo turno. O mandatário frequentemente ataca os levantamentos para questionar dados que apontam aumento na sua rejeição.
Em junho de 2018, Lula ainda figurava como candidato nas pesquisas encomendadas — e liderando. O petista tinha 30%, ante 17% de Bolsonaro e 10% de Marina Silva (Rede).
À época ele estava preso em Curitiba (PR), após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá — sentença atualmente anulada. Ainda não tinha saÃdo a decisão judicial oficial que o tiraria da eleição.
Bolsonaro registrava, no último levantamento do Datafolha antes do primeiro turno, 35% das intenções de voto, ante 22% de Fernando Haddad (PT). Nas urnas, Bolsonaro obteve 46,03% dos votos válidos e Haddad, 29,28%.
2022
A mais recente pesquisa divulgada pelo Datafolha para as eleições presidenciais de 2022 mostra o ex-presidente Lula na dianteira, com 47% das intenções de voto, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 28%.
Em seguida, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%; André Janones (Avante), 2%; Simone Tebet (MDB), 1%; Pablo Marçal (Pros), 1%; e Vera Lúcia (PSTU), 1%.
O levantamento ouviu 2.556 eleitores em 181 cidades, nos dias 22 e 23 de junho. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-09088/2022.
A diferença entre Lula e Bolsonaro oscilou dois pontos percentuais, de 21 para 19, em relação à última rodada da pesquisa.
O petista tinha 48% em maio contra 27% do atual presidente. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
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