Moro avalia que STF perdeu ‘força e legitimidade’ após Lava Jato

Ex-juiz comentou as declarações dos ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes sobre a Lava Jato e diz que o Supremo perdeu "força" perante a opinião pública

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Publicado em: 20/06/2022 às 09:02 | Atualizado em: 20/06/2022 às 11:33

Ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro comentou as declarações dos ministros Luiz Fux e Gilmar Mendes sobre a Lava Jato e diz que o Supremo Tribunal Federal perdeu “força e legitimidade” perante a opinião pública.

Moro iniciou o ano de 2022 como um celebrado pré-candidato à Presidência pelo Podemos. Nos últimos meses, no entanto, trocou de partido, perdeu a posição de presidenciável em sua nova legenda, o União Brasil, e ainda sofreu derrota da Justiça Eleitoral, que o impediu de concorrer por São Paulo.

Agora volta ao Paraná, seu Estado natal, por onde deve concorrer a deputado federal.

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Em entrevista ao Estadão, ele contou o porquê de não recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral para manter o domicílio eleitoral em São Paulo.

“Fizemos uma avaliação de que poderíamos ser bem-sucedidos. A transferência de domicílio tinha amparo na jurisprudência e resoluções do TSE, mas correríamos o risco de ficar num limbo jurídico. Não foi negativo para mim voltar ao Paraná. É a minha terra”.

O ex-juiz comentou também sobre o fato de sua esposa, Rosângela, que manteve o domicílio em São Paulo e pode concorrer a deputada federal, correr o mesmo risco.

“Não, porque nós temos amparo jurídico. Foi tudo feito com acompanhamento do advogado e margem de segurança. O julgamento do TRE foi uma surpresa. A transferência do domicílio dela nem sequer foi impugnada”, avaliou.

Ainda sobre possível motivação política por parte do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, ele afimou que respeita o tribunal, mas discorda da decisão.

Ao ser questionado se seu projeto presidencial teria fracassado, Moro acredita que não tenha errado.

“Fiz tudo que eu podia para que a candidatura fosse bem sucedida. Talvez eu tenha superestimado a candidatura dentro de um partido que tem seus méritos, mas com estrutura menor, que é o Podemos. Mas outros também não foram bem sucedidos. Infelizmente essa polarização, que é uma cegueira do País, foi se acentuando. Nenhuma candidatura da terceira via conseguiu se destacar até o momento”.

Sobre a liderança de Lula da Silva (PT) nas pesquisas, ele avalia como “um grande risco colocar alguém que foi condenado por corrupção em três instâncias e foi beneficiado por um erro judiciário numa posição dessa e com perspectiva de poder”.

Moro também deu destaque sobre especulações do meio político, que vê interesse na imunidade parlamentar, e por esse motivo ele seria candidato. “Sempre fui contrário ao foro privilegiado. Não sigo esse caminho na busca de privilégios”, declarou.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil