Vice da Câmara dos Deputados apoia CPI para investigar escândalo no MEC

De acordo com Marcelo Ramos, é grave o fato de o ministro receber relatos de propina no MEC e não tomar atitude

Em tom de despedida, Ramos descarta candidatura em 2024

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 25/03/2022 às 04:00 | Atualizado em: 25/03/2022 às 08:41

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD), não descartou seu apoio à instalação de uma CPI para investigar irregularidades na liberação de verbas no Ministério da Educação.

Para isso, será necessário o apoiamento de 171 dos 513 deputados e de 27 dos 81 senadores.

Depois que o ministro Milton Ribeiro apareceu em uma gravação admitindo favorecimento para a liberação de verbas a prefeitos que chegam no ministério acompanhados dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, a Frente Parlamentar pela Educação deu início a coleta de assinaturas para instalar uma CPI.

O pedido já foi protocolado pelo presidente do grupo, o deputado Israel Batista (PV-DF), que disse ter apoio de Ramos para coletar assinaturas.

“As denúncias são muito graves e precisam ser investigadas. Darei todo apoio a qualquer investigação. Quando for a Brasília dialogarei qual o melhor mecanismo”, disse ele ao BNC Amazonas.

Ramos chegou a considerar que não se tratava de um problema grave.

“No começo achei que era só uma esculhambação, mas ficou claro que a esculhambação era um mecanismo para viabilizar a corrupção”.

De acordo com o vice-presidente da Câmara, é grave o fato de o ministro receber relatos de propina no MEC e não tomar atitude.

“Um ministro da Educação que reconhece ouvir relatos de propina e nada faz é tão criminoso quanto o propineiro e não tem nenhuma condição de continuar no cargo”.

Conforme Ramos, a influência de pastores na agenda do ministro da Educação e na distribuição de recursos é símbolo da esculhambação em que essa gente transformou o Estado.

“O pedido de barra de ouro em troca da liberação de recursos, mostra que a esculhambação tá a serviço da corrupção!”, afirmou.

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Foto: BNC Amazonas