Os desafios urbanos para acessibilidade e moradia

São vários os desafios urbanos para acessibilidade e moradia e é preciso que se reflita sobre a melhor forma, dando oportunidade às pessoas de viverem em ambientes com maior oferta de serviços, infraestrutura e até mesmo de opções de empregos.

Nesse aspecto, as casas nem sempre são a melhor solução, porque em geral são erguidas em áreas mais distantes, já que precisam de espaços amplos para serem construídas.

É claro que as casas proporcionam o que muita gente sonha: um quintal, espaço para as plantas, para os animais, para as crianças brincarem e sem o barulho de vizinhos na porta ao lado. Mas, localizadas em áreas mais afastadas, não desfrutam das vantagens de estar inseridas no ambiente urbano.

Nos centros urbanos, a solução mais apropriada de moradia, pela alta demanda por esses locais, são os edifícios multifamiliares. Nesse formato, ocupam menor espaço comparado ao número de pessoas que podem abrigar, otimizando o aproveitamento do solo e permitindo a construção de mais unidades habitacionais na mesma área. Mas é preciso, também, que se tenha as necessidades de moradia atendidas, para que as famílias possam viver com dignidade.

No Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+), desenvolvido pelo Governo do Amazonas em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as unidades habitacionais verticais têm sido adotadas como uma das soluções de moradia para as pessoas que são retiradas das áreas de risco de inundação e desabamento, no entorno dos igarapés.

Nos programas de gestões anteriores, foram implantados apartamentos com dois quartos, em prédios que comportam três pavimentos por bloco. Não havia disponibilidade de vagas de garagem para todos os apartamentos, nem instalações para condicionadores de ar ou mesmo banheiros com acessibilidade. Também não havia espaços técnicos para instalação de antenas de TV e cabeamento estruturado.

No novo Prosamin+, lançado pelo governador Wilson Lima e já com obras em execução, pela contrapartida do estado, serão construídos 648 apartamentos. A área do novo programa abrange os bairros do Japiim, Coroado, Distrito Industrial e Armando Mendes, localizados nas zonas sul e oeste de Manaus.

As unidades habitacionais foram projetadas com banheiros acessíveis, uma vaga de estacionamento para cada apartamento, infraestrutura para instalação de ar condicionado Split, cabeamento de TV, internet e telefone, iluminação com placas solares para as áreas comuns, coleta e sistema de reutilização de águas das chuvas (águas pluviais), além de privilegiar a iluminação e ventilação natural.

O formato adotado, além de estar adequado às necessidades de quem precisa trabalhar e fazer uso dos serviços instalados nos centros urbanos, também oferece espaços de lazer e de convivência, com playgrounds, ciclovias, equipamentos para a prática de esportes e arborização.

As vantagens dos apartamentos como solução de moradia, portanto, devem ir além do fato de poderem abrigar mais famílias em menor espaço. Devem contemplar soluções urbanísticas que permitam o bem-estar das pessoas e que sejam construídos próximos à infraestrutura existente nas cidades, como transporte público, hospitais, escolas, bancos e órgãos púbicos.

Com esse pensamento e conceito foi projetado o Prosamin+, os conjuntos habitacionais que serão erguidos no local e a estrutura que oferece aos moradores. Todas essas inovações justificam a decisão do governador Wilson Lima de rebatizar o programa para Prosamin+, Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior, porque ele, de fato, traz inúmeras melhorias em relação ao que até aqui já foi executado, para transformar a vidas das pessoas.

Foto: Divulgação/UGPE

O autor é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão que gerencia as obras do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus e Interior (Prosamin).*