Pesquisa do CBA, no Amazonas, usa ovo de galinha para teste de covid
Projeto conseguiu criar anticorpos para diagnosticar enfermidades. Atualmente, não há testes de diagnóstico fabricados no Brasil

Publicado em: 19/12/2021 Ã s 13:43 | Atualizado em: 20/12/2021 Ã s 19:34
Um estudo feito no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), em Manaus, desenvolveu um processo de produção de anticorpos, a partir de ovos de galinha, que ajudam a diagnosticar doenças como a covid-19, dengue e malária.
O pesquisador do CBA, Diogo Castro, é responsável pela pesquisa, que já é desenvolvida desde 2017.
Cerca de 50 galinhas vivem em uma granja na rodovia BR-174 e produzem ovos que são usados para a detecção das doenças.
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“A gente sintetiza aquela partÃcula a partir daqueles micro-organismos. A partir daà a gente inocula na galinha e, em seguida, a gente retira aquele anticorpo do seu ovo. Sem tirar sangue e sem sacrificar”, explicou Castro.
De acordo com o pesquisador, as substâncias que são injetadas nas galinhas são os antÃgenos de doenças especÃficas, para que se obtenha os anticorpos para cada uma delas.
A partir da retirada dos anticorpos, que são gerados nos ovos, é possÃvel produzir testes para que as doenças sejam detectadas em pacientes.
SacrifÃcio de animais
Segundo o pesquisador, o método de obtenção dos anticorpos em laboratórios costuma ser feitos em mamÃferos, como camundongos. Durante os processos, os animais acabam sendo sacrificados devido a necessidade de retirada de sangue.
No entanto, na utilização do método de obtenção dos anticorpos através dos ovos de galinha, segundo Castro, nenhum animal é sacrificado no processo.
O que possibilita a otimização dos resultados a partir dos ovos coletados na granja.
“Requer uma estrutura muito menor de produção em comparação com a de mamÃferos, menor número de atualizações porque é uma granja convencional e altas concentrações de anticorpos. Em média, se a gente pegar um ovo desse, terÃamos que ter 200 camundongos para obter o mesmo nÃvel de concentração”, informou Castro.
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Foto: Marcello Junior / Agência Brasil