Polícia Federal investiga desvios milionários em contratos do Enem

Estima-se que cerca de R$ 130 milhões foram superfaturados para fins de comissionamento da organização criminosa

PF realiza investigação de desvios milionários em contratos do Enem

Da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 07/12/2021 às 09:52 | Atualizado em: 07/12/2021 às 09:56

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã de hoje (7) a Operação Bancarrota. A ação investiga desvios milionários na contratação de gráficas para impressão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A PF, em conjunto com a Controladoria-Gera da União (CGU), que também participa das buscas de hoje, combate o crime envolvendo servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A operação cumpre 41 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro.

Nesse sentido, a Justiça Federal defendeu o sequestro de 130 milhões de reais das empresas e pessoas físicas envolvidas.

Por isso, foram destacados 127 policiais federais e 13 auditores da CGU para o cumprimento das diligências.

Dessa maneira, entre os anos de 2010 e 2018, o Inep contratou para realização do Enem, sem observar as normas de inexigência de licitação.

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Pagamentos superfaturados

Com isso, a empresa recebeu um total de R$728,6 dos cofres públicos neste período.

Além disso, apurou-se o envolvimento de servidores do Inep com diretores da referida empresa. Bem como com empresas de consultoria subcontratadas pela multinacional.

Os desvios milionários sob investigação totalizaram um pagamento às empresas de R$ 880 milhões, desde 2010, para impressão de provas do Enem.

Deste montante, estima-se que cerca de R$ 130 milhões foram superfaturados para fins de comissionamento da organização criminosa, que envolve empresários, funcionários e servidores públicos.

As investigações apontam para um enriquecimento ilícito de R$ 5 milhões dos servidores do Inep suspeitos de participação no esquema criminoso.

Portanto, conforme a Polícia Federal, os envolvidos são suspeitos do cometimento dos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva.

Assim como, crimes da lei de licitações e lavagem de dinheiro, com penas que ultrapassam 20 anos de reclusão.

Foto: Divulgação